
Fonte: Folha de S. Paulo
A defesa do casal Nardoni pretende pedir à Justiça que a Polícia Civil investigue se há envolvimento do tenente da PM Fernando Neves Braz, 34, que se suicidou anteontem depois de ser investigado por pedofilia, com a morte de Isabella Nardoni, 5, em 29 de março em São Paulo.
O oficial comandou a varredura no prédio onde Isabella morreu à procura de um suposto ladrão que não foi encontrado.
O advogado Marco Polo Levorin, defensor de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, casal acusado de assassinar a menina Isabella, disse que espera uma investigação mais aprofundada sobre as pessoas que estavam no edifício London na noite do crime.
No local estava o tenente da Polícia Militar Fernando Neves Braz, acusado de integrar uma rede de pedofilia em São Paulo, fato que deixou a defesa do casal Nardoni "perplexa". "O fato reforça o nosso argumento de ampliação das investigações", disse Levorin. "Todas as pessoas presentes no local do crime deveriam ter sido investigadas", completou.
Para o advogado dos Nardoni, é importante esclarecer se o suposto envolvimento do tenente com pedofilia interferiu de alguma forma no caso Isabella. "A acusação é muito forte e perplexa. A gente espera que haja uma investigação profunda sobre isso", afirmou Levorin.
Defesa
Nos próximos dias, a defesa do casal Nardoni vai estar focada no arrolamento das testemunhas de defesa do caso, o que deve ser feito na segunda-feira (2). Os advogados também esperam que o TJ (Tribunal de Justiça) julgue o pedido de habeas corpus a favor do casal na mesma semana.
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou na última terça-feira (27) o pedido de habeas corpus feito pela defesa do casal. A decisão da Quinta Turma da corte foi unânime. Os cinco ministros entenderam que o STJ não poderia julgar o mérito do habeas corpus por força da súmula 691 do STF (Supremo Tribunal Federal), que veta a concessão de pedido liminar quando a instância anterior não apreciou o mérito da questão.
A defesa busca obter a liberdade do casal argumentando não haver justa causa para a prisão preventiva por não terem sido observados os requisitos previstos em lei que possibilitam a prisão de suspeitos.
Alexandre, pai de Isabella, está preso na penitenciária 2 de Tremembé (138 km de São Paulo), para onde foi transferido do Centro de Detenção Provisória 2, em Guarulhos (Grande SP). Anna Carolina está presa na Penitenciária Feminina também de Tremembé.
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