
As precipitações em todo o Estado ficaram 22.3% acima da média histórica, resultando em açudes cheios
A quadra chuvosa do Estado — de fevereiro a maio — acaba hoje, no entanto, vai continuar chovendo no litoral de Fortaleza por todo o mês de junho. A informação é da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Além da Capital cearense, as precipitações também deverão ocorrer no baixo e médio Jaguaribe e Maciço de Baturité.
As precipitações fora do período se devem ao fenômeno chamado Sistema Ondas Leste, que provoca chuvas mais tardiamente principalmente sobre o Leste do Nordeste e dependendo de sua intensidade, atinge o Ceará. “É o que ocorrerá este ano”, explica o meteorologia Paulo Barbieri.
Além das chuvas, adianta Barbieri, neblina, na parte da manhã e início da noite, em algumas partes da Capital também continuará a acontecer. “A sensação de calor, de mormaço é normal nessa época e deve-se por causa de pouco vento. Quando eles (ventos) aparecem mais intensamente, essa sensação diminui”, explica.
As informações, divulgadas pela Funceme fazem parte do balanço deste ano da quadra chuvosa. Segundo o órgão, Fortaleza registrou 1.289.00 milímetros de chuvas ou 14,4% acima de sua média histórica (média dos últimos 30 anos) que é de 1.126.6 mm.
Devido as chuvas terem sido bem distribuídas em toda a cidade de Fortaleza e com veranicos não houve registro de incidentes graves, provocando inundações ou desabrigados.
Já o Estado como todo marcou 22.3% acima da média. “Podemos considerar um ano chuvoso no Ceará”, analisa Barbieri. O que foi ótimo para os reservatórios que estão com 85,2% de sua capacidade total, de acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), que monitora 137 açudes, 63 deles sangrando. Na Bacia Metropolitana, que abastece Fortaleza, dois reservatórios superaram os limites: Acarape do Meio e Itapebussu. O Açude Gavião, em Pacatuba, está com 90,1 de sua capacidade. O Pacajus tem 97,6%.
A região do Cariri obteve o maior percentual de chuvas acima da média, com 53,7% a mais. “Muita gente perdeu a lavoura por conta de tanta água”, diz o meteorologista.
O Sertão Central e Inhamuns, sempre com baixos índices pluviométricos, registraram o segundo melhor percentual de chuvas este ano, com 27,8% acima de sua média histórica — de 623,4 para 796,5%. “O que foi muita chuva para a região e seu abastecimento d´água que terá um ano mais tranqüilo com relação a isso”.
O meteorologista da Funceme, Paulo Barbieri explica que a Funceme considera dentro da categoria normal as chuvas entre menos 15% e mais 10% da média, o que ocorreu na região do Maciço de Baturité, que registrou menos 6,3% de sua média. A categoria acima da média histórica vai de 10% acima e abaixo da média histórica a partir de menos 15%.
Fonte: Lêda Gonçalves - Repórter → Diário do Nordeste
Imagem: Diário do Nordeste